quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O GRANDE CIRCO MIDIÁTICO E A CONTAMINAÇÃO DOS PODERES DA república.

O ano de 2015 vai chegando ao fim. Nesse ano o Judiciário no Brasil foi protagonista. De alguns anos para cá, a partir da eleição do Presidente Lula, a Polícia Federal e o Ministério Público vêm cada vez mais ganhando autonomia para investigar e, a partir disso, foram desencadeadas cada vez mais operações, culminando com um 2015 cheio de notícias nos jornais, com prisões de executivos, banqueiros e políticos. A sensação nos noticiários é de que o Brasil está sendo passado a limpo e a corrupção, que desde a chegada dos portugueses nos atormenta, está sendo combatida finalmente. Então a pergunta que faço é a seguinte:

- AS OPERAÇÕES DA JUSTIÇA ESTÃO DE FATO AJUDANDO O BRASIL NO COMBATE À CORRUPÇÃO?

À primeira vista e a partir dos comentários eufóricos na grande mídia a resposta parece óbvia, entretanto no Brasil há dois campos políticos fortes e bastante distintos, mas percebe-se claramente que a Justiça é ágil e conta com o auxílio forte de toda a grande mídia apenas quando as denúncias recaem sobre um desses campos políticos. Isso é muito claro quando percebemos que ainda há uma infinidade de perguntas sem respostas. Cito apenas algumas:

- Por que o mensalão tucano, de Minas Gerais, que aconteceu em 1998, antes do badalado mensalão petista continua parado na Justiça? - http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1701423-mensalao-tucano-continua-parado-na-justica-de-minas-gerais.shtml

- Por que o inquérito sobre o cartel de trens nos sucessivos Governos do PSDB em São Paulo está completamente parado há 1 ano na Justiça? - http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1709618-inquerito-sobre-cartel-de-trens-de-sao-paulo-esta-parado-ha-um-ano.shtml

- Por que a compra de votos para a emenda da reeleição do Fernando Henrique Cardoso nunca foi investigada, apesar das provas cabais? - http://jornalggn.com.br/noticia/provas-da-compra-votos-pela-reeleicao-de-fhc-eram-cabais-conta-jornalista

- Por que o Procurador Geral da República arquivou denúncia da Lava-a-jato contra o ex-senador Aécio Neves, acusado pelo maior delator de toda a operação, o doleiro Alberto Youssef. E por que a denúncia ganhou repercussão em todo o mundo, menos nos jornais da grande mídia do Brasil? - http://jornalggn.com.br/noticia/o-mundo-noticiou-que-aecio-neves-teria-recebido-propina

- Por que a lista de Furnas, que envolve pagamento de propinas para diversos políticos do PSDB e do DEM, mesmo após ter sua autenticidade confirmada não é investigada pela Polícia Federal e Ministério público? - http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/12/19/a-lista-de-furnas-e-autentica

- Por que que mesmo com tantos indícios de irregularidades na execução do aeroporto de Cláudio, executado pelo Governador Aécio Neves nas terras da sua família, os processos de investigação são arquivados? - http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-a-denuncia-contra-o-aeroporto-do-tio-de-aecio-foi-arquivada-por-joaquim-de-carvalho/

- De quem são os 450kg de pasta de cocaína encontrados no helicóptero de propriedade do Senador Zezé Perrella, grande aliado político de outro mineiro já citado acima? - http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2013/11/helicoptero-com-cocaina-no-es-e-da-familia-do-senador-zeze-perrella.html

Enfim, eu poderia ficar aqui por horas citando perguntas sem resposta como essas e, a partir da existência delas, chego a uma conclusão: A Polícia Federal e o Judiciário Brasileiro, com apoio total e irrestrito da mídia, não estão fazendo justiça, estão apenas fazendo política, pois a justiça só pode ser definida assim se for imparcial e tiver o mesmo peso para todos os cidadãos. Dessa forma, volto para a pergunta que fiz no início do texto:

- AS OPERAÇÕES DA JUSTIÇA ESTÃO DE FATO AJUDANDO O BRASIL NO COMBATE À CORRUPÇÃO?

Na minha opinião, é evidente que NÃO.

Fazendo justiça seletiva, não se combate absolutamente a corrupção, só se enfraquece um dos campos políticos, dando mais poder ao outro, que, por sua vez, continua impune e agindo de forma ilícita, sem qualquer constrangimento. Efetivamente esse tipo de “justiça” não ajuda em absolutamente nada, pois não modifica os vícios do sistema, apenas transfere o poder político e manipula a opinião pública. Sou totalmente favorável a que todos agentes públicos sejam julgados pelos seus atos e, em caso de crimes de corrupção, sejam presos, TODOS ELES. Entretanto repito que justiça seletiva é completamente ineficaz, é só mais do mesmo, mais política em um país que precisa efetivamente de mais justiça.

A justiça, por definição, deveria valer da mesma forma para todos.

Para completar, faço um capítulo específico sobre o grande circo político armado pela grande mídia em torno desses seletivos fatos para aniquilar a opinião pública dos brasileiros.

A grande mídia tem trabalhado em conjunto com os delegados da Polícia Federal, recebendo vazamentos seletivos de delações, antes mesmo dos advogados dos acusados, mas apenas a parte que interessa é vazada. Há anomalias jurídicas diversas nos processos, prisões arbitrárias, coações aos réus, atitudes que atentam contra o estado democrático de direito, mas todas com o devido consentimento e respaldo dos velhos barões da mídia e de seus jornalistas, que acham tudo normal, ao menos enquanto as atrocidades prejudicam o lado que desejam atacar, aí tudo está valendo, em nome da “moralidade e limpeza do Brasil”. Mas qual o interesse dos grandes grupos de mídia em derrubar o Governo?

Os interesses dos grupos de mídia, controlados por poucas famílias riquíssimas, são diversos, suas razões e manobras nem sempre são claras, mas o golpismo está no DNA da nossa imprensa.
Em 1964, o Sr. Roberto Marinho foi fundamental no golpe de estado que colocou os militares no poder, com uma campanha sórdida e manipulações de todas as espécies, ajudou a implantar a ditadura no país. Como prêmio, recebeu uma valiosa concessão de televisão do Regime Militar e montou a TV Globo, de forma ilícita, com dinheiro do exterior, o que era vedado pela Constituição, mas os militares ajudaram com isso também e receberam apoio da TV Globo durante todo o vergonhoso regime ditador, que matou, torturou, roubou, tudo nas barbas do Sr. Roberto Marinho, que nunca moveu uma palha contra os generais.

No livro do jornalista Paulo Henrique Amorim, intitulado brilhantemente de “O Quarto Poder”, ele explica que posteriormente, já no regime democrático, durante o governo do Presidente Sarney, quem realmente governou o Brasil foi o Sr. Roberto Marinho. Ainda no mesmo livro, o jornalista cita, com todo o conhecimento de causa de quem vivenciou de dentro toda a história da imprensa brasileira:

“Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista”.

Qual o direito da TV Globo, por exemplo, de esconder o escândalo bilionário de corrupção do CARF, investigado através da operação Zelotes, onde só a RBS, sua maior afiliada, está envolvida em um escândalo de sonegação de cerca de R$ 600 milhões. Qual o direito que a mídia tem de esconder fatos importantes que vão contra seus interesses? E qual o direito que a mídia tem de escolher um lado político e trabalhar para ele?

A distinção é absurdamente descarada, nas barbas de todos os brasileiros, mas alguns insistem em não querer enxergar. Por exemplo, a mídia criminaliza doações de empresas para o PT, que efetivamente devem ser investigadas e se houve ilícitos, devem ser apurados, entretanto, doações das mesmas empresas para o PSDB, com valores iguais e às vezes até superiores, são consideradas normais, e não levantam qualquer suspeita, nem da mídia, nem de nossas instituições “democráticas”, nem de nossos heroicos Juízes. Por que?



Esse circo está armado há tempo. Enquanto a mídia toda atacava indiscriminadamente um lado, o “outro lado” foi avançando em pautas como a liberação de agrotóxicos proibidos em vários países, a diminuição das leis trabalhistas, a retirada de direitos das mulheres, a não rotulagem de transgênicos, o ataque às minorias e, no golpe mais genial e sádico, elegeram o Sr. Eduardo Cunha como Presidente da Câmara dos Deputados, um Deputado com participação no esquema PC Farias, acusado de superfaturamento e irregularidades em licitações na TELERJ, fraudes em licitações na CEHAB-RJ, participação na já mencionada Lista de Furnas, envolvimento na Lava-a-jato e contas secretas na Suíça. Isso nos leva a ainda mais perguntas: Por que nenhuma instituição nunca solicitou ao STF a prisão do Eduardo Cunha? Por que o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot não pediu o afastamento dele da Presidência da Câmara dos Deputados, uma instituição de extrema importância para a democracia?

E quando se imagina que se chegou ao fundo do poço, a tragédia ganha mais um apoteótico capítulo, que nem o mais criativo dos roteiristas de ficção poderia pensar: Esse mesmo Eduardo Cunha abre um processo de impedimento contra a Presidente da República, eleita pela maioria dos brasileiros e contra quem não pesa nenhuma denúncia de corrupção, e, incrivelmente, a mídia trata disso como uma coisa normal, aceitável. Parece até piada, seria mesmo muito engraçado se não fosse trágico. Como pode ter qualquer valor um processo aberto por esse cidadão, nessa situação em que se encontra? Nossas instituições foram contaminadas pelo “Quarto Poder”, o Brasil, mais do que nunca, virou um verdadeiro circo. Os barões de mídia montaram um gigantesco circo, nos colocaram para dentro e agora colocaram fogo.

A conclusão é óbvia: enquanto não aparecer ninguém para enfrentar esse vergonhoso monopólio de comunicação, que despolitiza e manipula, que não existe em nenhuma democracia consolidada no mundo, seremos sempre uma republiqueta e nossas instituições jamais serão verdadeiramente democráticas.


Que falta gigantesca que faz o velho Leonel.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Viveremos uma dominação Muçulmana Mundial?

Tenho recebido às vezes alguns materiais na internet falando sobre uma suposta dominação muçulmana no Planeta e, sempre que ocorre algum atentado terrorista, esse tipo de material circula com mais intensidade.

Em todos esses materiais, reparei que praticamente todas as informações não vêm acompanhadas de nenhuma fonte, além de não haver também nenhuma “assinatura”, ou seja, quem fez o material não teve coragem para assiná-lo. Ao meu ver, sempre que isso acontece, certamente há razões obscuras por trás desse tipo de criação e divulgação.

O que estou escrevendo parece uma obviedade, mas mesmo assim acho importante que seja colocada. Devemos tomar cuidado com generalizações, qualquer uma. A maioria dos comentários sobre a cultura e a religião muçulmana que são espalhadas pela internet são preconceituosos, tendenciosos ou simplesmente são inverdades.

Conheci pessoalmente alguns muçulmanos, são logicamente pessoas comuns, alguns são altruístas, outros nem tanto, alguns são mais felizes, alguns são mais extrovertidos, outros mais egoístas, outros menos, enfim, exatamente como sempre acontecerá em qualquer grupo de pessoas, independente da raça, religião, opção sexual ou o que for. 

Esse ódio que vem sendo disseminado contra a população muçulmana beneficia a alguns grupos econômicos importantes, a alguns grupos de extrema direita que vivem do ódio e do preconceito disseminados na população, e também ao Estado de Israel, que continua oprimindo diariamente os Palestinos na Faixa de Gaza e montando acampamentos ilegais na região, avançando cada vez mais suas fronteiras na base da força com a criminosa conivência de grande parte da mídia mundial, controlada na sua maioria por grupos com grandes interesses econômicos.

Infelizmente, existem fundamentalistas, países e organizações com interesses diversos, que manipulam e financiam fanáticos religiosos muçulmanos, os quais usam de força para fazer verdadeiros absurdos, exatamente como aconteceu com a Igreja Católica em outras épocas da nossa história. Entretanto, o que não se pode aceitar é que outros se aproveitem desses atos injustificáveis e covardes para difundir o ódio e a intolerância contra toda a população muçulmana.

A índole de uma pessoa não tem qualquer relação com a religião, cor da pele ou opção sexual. E a violência no mundo nunca vai se resolver com preconceito, ódio e exclusão, pelo contrário, a única forma de vivermos em uma sociedade menos violenta é evoluindo, sendo mais humanos, o que necessariamente nos remete a muito mais inclusão, respeito e diversidade.

Como comentei sobre a Faixa de Gaza, vou recomendar um excelente filme de origem Palestina. O filme nos mostra a vida na Palestina sobre outros pontos de vista e perspectivas em relação às que estamos acostumados a ver e ler nos jornais diariamente. O filme é realmente muito bom, procurem em alguma locadora ou na Internet, enfim, vale a pena assistir. Segue abaixo:

PARADISE NOW

Para terminar, percebo também que a maioria das informações que chegam sobre o Estado Islâmico são extremamente simplistas, então, para quem quiser tentar entender um pouco mais sobre a origem desse grupo fortemente armado e com grande poder financeiro, sugiro parar um tempo para ler o texto do Economista Edmilson Costa, publicado no site do brilhante jornalista Luis Nassif, o qual encontra-se no link abaixo:


Esse texto apresenta apenas um dos milhares de pontos de vista que existem sobre o tema, mas já nos dá uma ideia muito clara sobre a gigantesca complexidade da situação e quantas forças e interesses envolve em todo o planeta.


Boa leitura e fiquemos em paz.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Por que as TVs e canais de informação via Internet são muito melhores que canais de TV aberta e TVs por assinatura?

1 – DIVERSIDADE DE INFORMAÇÕES
Na internet podemos pesquisar instantaneamente o contraditório da informação que estamos recebendo, bem como opiniões de pessoas que consideramos importantes, favoráveis ou não ao nosso ponto de vista. Podemos dessa forma formar nossa opinião a respeito de qualquer assunto de forma muito mais ampla. Isso é o oposto, por exemplo, dos programas de jornalismo dos canais de TV convencionais, que escondem ou nos empurram a sua versão dos fatos, em geral de acordo com os interesses dos poucos milionários donos de praticamente todas as empresas de comunicação do país (no Brasil inclusive, ao contrário da maioria dos países desenvolvidos, há a possibilidade da mesma pessoa ser dona de TVs, jornais e rádio, prejudicando seriamente a diversidade de informação, conceito primordial básico para desenvolvimento e crescimento de qualquer democracia).

2 – PROGRAMAS SEM INTERVALOS FORÇADOS OU HORÁRIOS MARCADOS
Nas TVs com sinal via internet (on demand), não há horário marcado para a programação, nem intervalos comerciais chatíssimos no meio dos programas. Podemos assistir ao que queremos na hora em que queremos. Nos mais importantes serviços de TV on demand atualmente no Brasil, o NETFLIX e o YouTube, podemos ainda terminar de assistir a um filme ou a um documentário e continuar em outro dia exatamente no ponto onde paramos. Os usuários decidem o horário e a duração do programa.

3 – PROGRAMAÇÃO SEM O “RABO PRESO” COM PATROCINADORES
As TVs e mídias convencionais são mantidas por patrocinadores, os quais, em geral, são grandes empresas, muito ricas, que têm o poder de condicionar o seu anúncio a uma determinada postura das emissoras. Por exemplo, na televisão comercial aberta hoje temos uma infinidade de propagandas de automóveis, esses anunciantes certamente não ficarão contentes se a emissora começar a fazer reportagens e discussões estimulando o uso e a qualidade do transporte coletivo das cidades, ou o uso de bicicletas. Também não ficarão contentes se os telejornais da emissora derem um enfoque positivo para a construção de ciclovias nas cidades, por exemplo. O serviço do NETFLIX, pelo contrário, é financiado apenas pelos seus próprios usuários, dessa forma, podem disponibilizar documentários importantes sobre qualquer tema, sem qualquer preocupação com a perda de faturamento. Por exemplo, podem disponibilizar documentários sobre o impacto da criação descontrolada de animais para o abate no meio ambiente, sem se preocupar com as riquíssimas empresas que controlam a lucrativa indústria da carne, uma vez que as mesmas não têm nenhum tipo de participação nas verbas do serviço. O mesmo vale para documentários sobre alimentação saudável (sem sofrer interferência da muito lucrativa indústria farmacêutica, da indústria de agrotóxicos ou das multinacionais do fast food); ou ainda documentários sobre os efeitos nocivos do álcool, enfim, eu poderia citar muitos outros exemplos.

4 – PROGRAMAS “FILTRADOS” DE ACORDO COM O INTERESSE DO USUÁRIO
Na TV convencional, às vezes queremos ver uma reportagem anunciada em algum programa e, para ver a mesma, temos que ficar assistindo a intermináveis minutos de coisas que não nos interessam. Nos canais de internet, podemos ir diretamente para o que queremos ver, sem perder nosso precioso tempo. Ao invés de ficar quase uma hora assistindo ao Jornal Nacional (telejornal decadente da TV Globo), por exemplo, só para ver uma reportagem anunciada que passará no final do mesmo, podemos ir direto ao ponto na internet, e usar a meia hora que sobrou da nossa vida para fazer o que realmente importa: ficar com a família, brincar com o filho, ler um livro ou qualquer outra prioridade de cada um.
 
Enfim, sugiro que olhemos para a frente, para uma comunicação plena, completa. Temos acesso ao futuro bem ao nosso alcance, temos a chance de crescermos como seres humanos e cidadãos com informação realmente objetiva e diversificada. Os canais de TV aberta e os caríssimos canais de TV por assinatura estão na contramão da história, são coisas do passado, tão obsoletos quanto uma propaganda de cigarros.


Para quem se interessar em saber mais sobre democratização da mídia:
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br